VIII Café Psiquê
Nosso VIII café o tema foi o perdão nas relações familiares, com o Prof. Rodrigo Bonilha da Silva. Sua fala e vivencia foi embasada na teoria de constelação familiar.
Segue dois texto que o próprio professor nos sedeu.
CONSTELAÇÃO FAMILIAR – VISÃO GERAL
Bert Hellinger nascido em 1925, estudou filosofia, teologia e pedagogia. Sua formação
religiosa levou-o depois a ingressar em uma ordem religiosa católica. Mais tarde trabalhou
como missionário na África do Sul. No início dos anos 70 deixou a ordem religiosa católica
dedicando-se então à psicoterapia.
Através da dinâmica de grupo, da terapia primal, da análise transacional e de diversos
métodos hipnoterapêuticos chegou à sua própria terapia sistêmica e familiar.
Autor de best-sellers na Alemanha, possui mais de 14 livros em sua bagagem. "A Simetria
Oculta do Amor" foi o primeiro livro a ser publicado no Brasil. Entre as suas atividades atuais
está o seu trabalho com os sobreviventes do holocausto e suas famílias.
Bert Hellinger redescobriu durante o seu trabalho com centenas de sistemas familiares que
o reconhecimento do amor que existe no seio das famílias comove as pessoas e muda suas
vidas. Porque um amor rompido em gerações anteriores pode causar sofrimentos aos membros
posteriores de uma família, o processo de cura exige que os primeiros sejam relembrados. Nos
seus workshops os participantes observam, representam pessoas de outras constelações
familiares ou exploram suas próprias dinâmicas familiares ajudando Hellinger a demonstrar
como o amor, mesmo se injuriado ou mal-direcionado pode ser transformado em uma força que
cura.
Hellinger é inabalável em sua serena compaixão durante o seu trabalho com indivíduos,
casais ou famílias que enfrentam situações difíceis. Terapeutas experientes apreciam a
efetividade de seu método e seus resultados. Freqüentemente os participantes de seus
workshops partem com uma profunda compreensão de si mesmos, o poder do amor e as forças
que governam os relacionamentos humanos.
Bert Hellinger vive hoje com sua esposa na Alemanha, no sudeste da Baviera, perto da
fronteira austríaca.
Algumas idéias básicas sobre o desenvolvimento da abordagem de Bert Hellinger
Em julho de 1999 Bert Hellinger descreveu em tópicos a sua abordagem e seu respectivo
desenvolvimento.
1. A idéia de Eric Berne de que existem scripts pessoais segundo os quais uma pessoa
organiza inconscientemente a sua vida teve um papel muito importante para mim. Berne
acreditava que isso vinha das instruções recebidas dos pais na infância. Eu vi que isto tem a ver
com emaranhamentos nos destinos de outros membros da família, freqüentemente em uma ou
duas gerações anteriores.
2. Já durante o meu trabalho prático de muitos anos com a terapia primal pude observar
que muitos sentimentos, também os violentos, nada tinham a ver com a vivência pessoal.
Tornou-se evidente para mim que são sentimentos freqüentemente assumidos através de uma
identificação com uma outra pessoa.
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3. Além disso, vivenciei sempre que a consciência que sentimos tem funções que
conservam o sistema. Trata-se, em especial, do vínculo ao grupo, da regulamentação do
intercâmbio através da necessidade de equiparação entre o dar e o receber, das vantagens e
perdas e a imposição das normas do grupo.
4. Mais ainda. Existe uma consciência inconsciente que liga os membros de um sistema e
impõe dentro dele as seguintes ordens ou leis:
a. Cada membro da família e estirpe tem o mesmo direito de pertinência, também os que
faleceram precocemente ou os natimortos, assim como os deficientes e os maus.
b. A perda de um membro através da exclusão ou esquecimento será compensada por um
outro membro da família. Freqüentemente em uma geração posterior este representa ou imita
inconscientemente aquele que foi excluído ou esquecido.
c. Vantagens às custas de outrem serão compensadas muitas vezes somente em uma
geração posterior.
d. Os membros anteriores têm precedência sobre os posteriores . Por isso quando um
membro posterior se eleva sobre um anterior ele paga muitas vezes através do fracasso ou
queda.
5. Finalmente, existem muitas indicações que os mortos atuam sobre os vivos , ou de um
modo maléfico, se são excluídos ou temidos, ou de modo benéfico, se são chorados, honrados
e depois deixados em paz.
A Constelação Familiar como a entendo e pratico, traz então à luz, no sentido das idéias
básicas aqui apresentadas, onde estamos emaranhados e quais são os passos que conduzem
ao desenredamento e solução. Todos estes passos têm a ver com o respeito pelos outros. Os
assassinos são uma exceção. Devemos deixá-los partir do sistema para que possam juntar-se
às suas vítimas. Ali eles encontram a paz.
Sobre a Teoria, o Conteúdo e o Método das Constelações Familiares
© Jakob Robert Schneider
Abordarei a seguir, de uma perspectiva pessoal, alguns aspectos do trabalho com constelações
familiares que podem ser socialmente desafiadores. Deixo ao leitor discernir o que nisso é
realmente novo e leva a novos modelos da ajuda, e o que apenas provoca os espectadores,
embora já goze, de longa data, de aceitação geral.
A CONSTELAÇÃO FAMILIAR
Para o nosso entendimento de processos psíquicos, a vivência de constelações é de fato
desafiante. Até mesmo consteladores experimentados se surpreendem sempre com o que nelas
observam e experimentam. Como é possível que os representantes se sintam, falem e apresentem
sintomas como os membros da família, embora não os conheçam e disponham de pouca ou
nenhuma informação sobre eles? Para esse fenômeno ainda não temos explicação, muito menos
uma explicação científica. Mas nos espantamos, descrevemos os processos e procuramos, às
vezes, imagens ou modelos que os façam aparecer como compreensíveis e comunicáveis, sem
postular explicações precipitadas.
Talvez a explicação mais simples seria esta: o cliente exterioriza sua imagem interna, e a posição
dos representantes reproduz uma certa estrutura de relacionamento que está arquivada em nosso
aparelho de percepção, com sua respectiva dinâmica. Mas como se explica que os representantes
sintam coisas tão diversas em constelações de configurações semelhantes ou mesmo idênticas?
Por que razão surgem nas constelações processos que tocam emocionalmente o cliente e fazem
sentido para ele, mesmo quando o terapeuta escolhe e coloca os representantes, ou quando se
coloca apenas uma pessoa - para não falar das chamadas "constelações invisíveis" -?
Uma teoria bem aceita entre os círculos de consteladores é a de Ruppert Sheldrake e seus
"campos morfogenéticos". Entretanto, mesmo ela só nos fornece até o momento uma explicação
de caráter mais metafórico. Mas a falta de uma explicação científica para um fenômeno
observável não prova a inexistência desse fenômeno. As observações de uma "participação
psíquica" para além das informações comunicadas são tão numerosas e tão independentes da
experimentação dos consteladores individuais que também pode ser útil a observação atenta de
pessoas externas à "cena".
Por exemplo, um representante coloca de repente as mãos nos ouvidos e diz: "Não estou
escutando nada" e o cliente que colocou as pessoas diz, estupefato: "Meu irmão, quando era
pequeno, ficou soterrado na guerra e desde então ficou surdo". O que acontece num caso como
este?
Outro exemplo: O representante do irmão de uma cliente é introduzido na constelação dela, e a
representante da cliente exclama: "Não tenho mais o antebraço", e a cliente exclama, espantada:
"Meu irmão teve de amputar o antebraço aos vinte anos depois de um acidente". O que explica
este caso?
Mais um exemplo: Numa constelação, o representante do avô da cliente leva ambos os braços ao
rosto. Perguntado sobre o que acontece, responde: "Algo me atinge os olhos e me arranca a
cabeça". Com efeito, esse avô, quando mostrava à sua tropa como desarmar uma granada, a
fizera explodir por descuido e ela lhe arrancou a cabeça. E não foi dada informação prévia sobre
esse fato.
Tais exemplos poderiam prosseguir indefinidamente. Naturalmente, tais observações dramáticas
não constituem a regra nas constelações, porém são suficientemente freqüentes para gerar
confiança no que se manifesta nelas.
Um professor que veio participar de grupo com ceticismo, escreveu posteriormente numa carta:
"... Embora me pareça haver muito de verdade na forma de ver o mundo como uma união de
almas, na necessidade de intervir reconciliando e de proporcionar a cada criatura seu lugar
condigno, parece-me um mistério que pessoas estranhas fiquem disponíveis e caiam em bloco
sob o feitiço de pessoas inteiramente desconhecidas, comportando-se como elas. Minha própria
constelação atestou isso, na medida em que os representantes agiram de um modo incrivelmente
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"autêntico", inclusive em alguns detalhes que não puderam perceber de nossa conversa
preliminar, por exemplo, a reação de minha filha..." Todos os consteladores conhecem
declarações e surpreendentes concordâncias como esta, mas essas experiências não são
constituem provas. Seria preciso sermos cegos se pretendêssemos simplesmente ignorar esses
fenômenos que questionam nosso entendimento atual de processos de informação.
Explicar os fenômenos das constelações como frutos de sugestão pelo constelador ou como uma
espécie de mágica de grupo ou mesmo como charlatanismo seria igualmente precário. Presumese
que, dentro de prazos previsíveis, os cientistas irão examinar em que medida o recurso à
constelação será válido para a pesquisa socio-psicológica e para os processos terapêuticos, e irão
desenvolver novas teorias, talvez fundamentadas, sobre essa difusão de informação em contextos
anímicos e comunicativos. Também em muitos domínios das ciências naturais a teoria
freqüentemente se segue à observação. A falta de uma teoria não significa ainda que estamos nos
movimentamos em áreas esotéricas. Além do mais, muitas teorias até aqui não confirmadas da
moderna física, por exemplo, a teoria dos universos paralelos, fazem um efeito bem mais
espetacular e "esotérico" do que o que observamos nas constelações.
Valorizando a profissão - Encontro com o sindicado de Psicólogo de Mato Grosso do Sul.
O QUE É SINDICATO?
Sindicado é uma organização de um determinado grupo ou classe profissional que se organiza para defender os direitos e interesses econômicos , profissionais, sociais e políticos dos seus associados perante autoridades e judiciárias.
SOBRE O SINPSI-MS
O sindicado dos Psicólogos da estada de Mato Grosso do Sul - SINPSI-MS - é uma organização de base estadual, filiada à Federação Nacional dos Psicólogos ( FENAPSI ) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), que possui como objetivo valorizar, formar e informar o profissional psicólogo.
O SINPSI-MS representa os direitos e interesses da categoria por remuneração condizente com sua formação e por condições adequadas de trabalho em amplo sentido: da jornada às condições que permitam um exercício técnico e ético da profissão.
Além disso, o SINPSI-MS está articulado à luta por interesses amplos da sociedade, como a busca pela democracia universal e participativa, a conquista de direitos que garantam a justiça social amparados por políticas publicas e a luta contro todo tipo de preconceito, discriminação e violência que ofendem a dignidade humana.
Sindicato é isso: organização,participação de todos/as, compromisso e trabalho.
Jantar em comemoração ao dia de psicólogo.