domingo, 1 de setembro de 2013

Semana em comemoração ao dia do Psicólogo.



VIII Café Psiquê
Nosso VIII café o tema foi o perdão nas relações familiares, com o Prof. Rodrigo Bonilha da Silva. Sua fala e vivencia foi embasada na teoria de constelação familiar.
Segue dois texto que o próprio professor nos sedeu.

CONSTELAÇÃO FAMILIAR – VISÃO GERAL
Bert Hellinger nascido em 1925, estudou filosofia, teologia e pedagogia. Sua formação
religiosa levou-o depois a ingressar em uma ordem religiosa católica. Mais tarde trabalhou
como missionário na África do Sul. No início dos anos 70 deixou a ordem religiosa católica
dedicando-se então à psicoterapia.
Através da dinâmica de grupo, da terapia primal, da análise transacional e de diversos
métodos hipnoterapêuticos chegou à sua própria terapia sistêmica e familiar.
Autor de best-sellers na Alemanha, possui mais de 14 livros em sua bagagem. "A Simetria
Oculta do Amor" foi o primeiro livro a ser publicado no Brasil. Entre as suas atividades atuais
está o seu trabalho com os sobreviventes do holocausto e suas famílias.
Bert Hellinger redescobriu durante o seu trabalho com centenas de sistemas familiares que
o reconhecimento do amor que existe no seio das famílias comove as pessoas e muda suas
vidas. Porque um amor rompido em gerações anteriores pode causar sofrimentos aos membros
posteriores de uma família, o processo de cura exige que os primeiros sejam relembrados. Nos
seus workshops os participantes observam, representam pessoas de outras constelações
familiares ou exploram suas próprias dinâmicas familiares ajudando Hellinger a demonstrar
como o amor, mesmo se injuriado ou mal-direcionado pode ser transformado em uma força que
cura.
Hellinger é inabalável em sua serena compaixão durante o seu trabalho com indivíduos,
casais ou famílias que enfrentam situações difíceis. Terapeutas experientes apreciam a
efetividade de seu método e seus resultados. Freqüentemente os participantes de seus
workshops partem com uma profunda compreensão de si mesmos, o poder do amor e as forças
que governam os relacionamentos humanos.
Bert Hellinger vive hoje com sua esposa na Alemanha, no sudeste da Baviera, perto da
fronteira austríaca.
Algumas idéias básicas sobre o desenvolvimento da abordagem de Bert Hellinger
Em julho de 1999 Bert Hellinger descreveu em tópicos a sua abordagem e seu respectivo
desenvolvimento.
1. A idéia de Eric Berne de que existem scripts pessoais segundo os quais uma pessoa
organiza inconscientemente a sua vida teve um papel muito importante para mim. Berne
acreditava que isso vinha das instruções recebidas dos pais na infância. Eu vi que isto tem a ver
com emaranhamentos nos destinos de outros membros da família, freqüentemente em uma ou
duas gerações anteriores.
2. Já durante o meu trabalho prático de muitos anos com a terapia primal pude observar
que muitos sentimentos, também os violentos, nada tinham a ver com a vivência pessoal.
Tornou-se evidente para mim que são sentimentos freqüentemente assumidos através de uma
identificação com uma outra pessoa.
2
3. Além disso, vivenciei sempre que a consciência que sentimos tem funções que
conservam o sistema. Trata-se, em especial, do vínculo ao grupo, da regulamentação do
intercâmbio através da necessidade de equiparação entre o dar e o receber, das vantagens e
perdas e a imposição das normas do grupo.
4. Mais ainda. Existe uma consciência inconsciente que liga os membros de um sistema e
impõe dentro dele as seguintes ordens ou leis:
a. Cada membro da família e estirpe tem o mesmo direito de pertinência, também os que
faleceram precocemente ou os natimortos, assim como os deficientes e os maus.
b. A perda de um membro através da exclusão ou esquecimento será compensada por um
outro membro da família. Freqüentemente em uma geração posterior este representa ou imita
inconscientemente aquele que foi excluído ou esquecido.
c. Vantagens às custas de outrem serão compensadas muitas vezes somente em uma
geração posterior.
d. Os membros anteriores têm precedência sobre os posteriores . Por isso quando um
membro posterior se eleva sobre um anterior ele paga muitas vezes através do fracasso ou
queda.
5. Finalmente, existem muitas indicações que os mortos atuam sobre os vivos , ou de um
modo maléfico, se são excluídos ou temidos, ou de modo benéfico, se são chorados, honrados
e depois deixados em paz.
A Constelação Familiar como a entendo e pratico, traz então à luz, no sentido das idéias
básicas aqui apresentadas, onde estamos emaranhados e quais são os passos que conduzem
ao desenredamento e solução. Todos estes passos têm a ver com o respeito pelos outros. Os
assassinos são uma exceção. Devemos deixá-los partir do sistema para que possam juntar-se
às suas vítimas. Ali eles encontram a paz.





Sobre a Teoria, o Conteúdo e o Método das Constelações Familiares
© Jakob Robert Schneider
Abordarei a seguir, de uma perspectiva pessoal, alguns aspectos do trabalho com constelações
familiares que podem ser socialmente desafiadores. Deixo ao leitor discernir o que nisso é
realmente novo e leva a novos modelos da ajuda, e o que apenas provoca os espectadores,
embora já goze, de longa data, de aceitação geral.

A CONSTELAÇÃO FAMILIAR
Para o nosso entendimento de processos psíquicos, a vivência de constelações é de fato
desafiante. Até mesmo consteladores experimentados se surpreendem sempre com o que nelas
observam e experimentam. Como é possível que os representantes se sintam, falem e apresentem
sintomas como os membros da família, embora não os conheçam e disponham de pouca ou
nenhuma informação sobre eles? Para esse fenômeno ainda não temos explicação, muito menos
uma explicação científica. Mas nos espantamos, descrevemos os processos e procuramos, às
vezes, imagens ou modelos que os façam aparecer como compreensíveis e comunicáveis, sem
postular explicações precipitadas.
Talvez a explicação mais simples seria esta: o cliente exterioriza sua imagem interna, e a posição
dos representantes reproduz uma certa estrutura de relacionamento que está arquivada em nosso
aparelho de percepção, com sua respectiva dinâmica. Mas como se explica que os representantes
sintam coisas tão diversas em constelações de configurações semelhantes ou mesmo idênticas?
Por que razão surgem nas constelações processos que tocam emocionalmente o cliente e fazem
sentido para ele, mesmo quando o terapeuta escolhe e coloca os representantes, ou quando se
coloca apenas uma pessoa - para não falar das chamadas "constelações invisíveis" -?
Uma teoria bem aceita entre os círculos de consteladores é a de Ruppert Sheldrake e seus
"campos morfogenéticos". Entretanto, mesmo ela só nos fornece até o momento uma explicação
de caráter mais metafórico. Mas a falta de uma explicação científica para um fenômeno
observável não prova a inexistência desse fenômeno. As observações de uma "participação
psíquica" para além das informações comunicadas são tão numerosas e tão independentes da
experimentação dos consteladores individuais que também pode ser útil a observação atenta de
pessoas externas à "cena".
Por exemplo, um representante coloca de repente as mãos nos ouvidos e diz: "Não estou
escutando nada" e o cliente que colocou as pessoas diz, estupefato: "Meu irmão, quando era
pequeno, ficou soterrado na guerra e desde então ficou surdo". O que acontece num caso como
este?
Outro exemplo: O representante do irmão de uma cliente é introduzido na constelação dela, e a
representante da cliente exclama: "Não tenho mais o antebraço", e a cliente exclama, espantada:
"Meu irmão teve de amputar o antebraço aos vinte anos depois de um acidente". O que explica
este caso?
Mais um exemplo: Numa constelação, o representante do avô da cliente leva ambos os braços ao
rosto. Perguntado sobre o que acontece, responde: "Algo me atinge os olhos e me arranca a
cabeça". Com efeito, esse avô, quando mostrava à sua tropa como desarmar uma granada, a
fizera explodir por descuido e ela lhe arrancou a cabeça. E não foi dada informação prévia sobre
esse fato.
Tais exemplos poderiam prosseguir indefinidamente. Naturalmente, tais observações dramáticas
não constituem a regra nas constelações, porém são suficientemente freqüentes para gerar
confiança no que se manifesta nelas.
Um professor que veio participar de grupo com ceticismo, escreveu posteriormente numa carta:
"... Embora me pareça haver muito de verdade na forma de ver o mundo como uma união de
almas, na necessidade de intervir reconciliando e de proporcionar a cada criatura seu lugar
condigno, parece-me um mistério que pessoas estranhas fiquem disponíveis e caiam em bloco
sob o feitiço de pessoas inteiramente desconhecidas, comportando-se como elas. Minha própria
constelação atestou isso, na medida em que os representantes agiram de um modo incrivelmente
2
"autêntico", inclusive em alguns detalhes que não puderam perceber de nossa conversa
preliminar, por exemplo, a reação de minha filha..." Todos os consteladores conhecem
declarações e surpreendentes concordâncias como esta, mas essas experiências não são
constituem provas. Seria preciso sermos cegos se pretendêssemos simplesmente ignorar esses
fenômenos que questionam nosso entendimento atual de processos de informação.
Explicar os fenômenos das constelações como frutos de sugestão pelo constelador ou como uma
espécie de mágica de grupo ou mesmo como charlatanismo seria igualmente precário. Presumese
que, dentro de prazos previsíveis, os cientistas irão examinar em que medida o recurso à
constelação será válido para a pesquisa socio-psicológica e para os processos terapêuticos, e irão
desenvolver novas teorias, talvez fundamentadas, sobre essa difusão de informação em contextos
anímicos e comunicativos. Também em muitos domínios das ciências naturais a teoria
freqüentemente se segue à observação. A falta de uma teoria não significa ainda que estamos nos
movimentamos em áreas esotéricas. Além do mais, muitas teorias até aqui não confirmadas da
moderna física, por exemplo, a teoria dos universos paralelos, fazem um efeito bem mais
espetacular e "esotérico" do que o que observamos nas constelações.


Valorizando a profissão - Encontro com o sindicado de Psicólogo de Mato Grosso  do Sul.

O QUE É SINDICATO?

Sindicado é uma organização de um determinado grupo ou classe profissional que se organiza para defender os direitos e interesses econômicos , profissionais, sociais e políticos dos seus associados perante autoridades e judiciárias.

SOBRE O SINPSI-MS

O sindicado dos Psicólogos da estada de Mato Grosso do Sul - SINPSI-MS -  é uma organização de base estadual, filiada à Federação Nacional dos Psicólogos ( FENAPSI ) e  Central Única dos Trabalhadores (CUT), que possui como objetivo valorizar, formar e informar o profissional psicólogo.
O SINPSI-MS representa os direitos e interesses da categoria por remuneração condizente com sua formação e por condições adequadas de trabalho em amplo sentido: da jornada às condições que permitam um exercício técnico e ético da profissão. 
Além disso, o SINPSI-MS está articulado à luta por interesses amplos da sociedade, como a busca pela democracia universal e participativa, a conquista de direitos que garantam a justiça social amparados por políticas publicas  e a luta contro todo tipo de preconceito, discriminação e violência que ofendem a dignidade humana.
Sindicato é isso: organização,participação de todos/as, compromisso e trabalho.








Jantar em comemoração ao dia de psicólogo.
















quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ESPAÇO DE TROCA APRB/MS




O objetivo deste espaço é promover, com a troca de opiniões, o conhecimento sobre diversas áreas de atuação de nossa profissão nos dá uma dimensão e clareza para cada vez mais fortalecer e melhorar nossa atuação. Qualquer mudança não se dá de outra maneira senão pela pluralização de ideias e propostas que resultem no seu amadurecimento. Para tanto, comunicar iniciativas e experiências é condição sine qua non para o alcance dos resultados esperados. 
A noite e 31/07/13 foi um momento de encontro, troca, bate bapo e muitas idéias novas a respeito de nossa profissão. Muito bom !!!













sexta-feira, 19 de julho de 2013

NOSSA PROGRAMAÇÃO 2013

ASSOCIAÇÃO DOS PSICÓLOGOS
         REGIÃO DO BOLSÃO

Os objetivos propostos pela APRB/MS consistem em congregar os profissionais, mesmo aqueles que não atuam, modificando o foco de uma prática profissional individualizante para um fazer de classe; fortalecer os laços entre os profissionais da psicologia atuando como um ponto de apoio e espaço de construção de modos de fazer que busquem a cooperação; estabelecer diálogo com outras áreas do conhecimento com o intuito de possibilitar novos olhares no que tange à dinâmica da vida com suas interfaces, bem como possibilitar conhecimento das áreas afim à psicologia com o fito de construir um diálogo enriquecedor resultante dessa relação; contribuir com o aperfeiçoamento profissional por meio de ações orientadas a abranger as várias facetas e perspectivas da psicologia, por
outras áreas do conhecimento com o intuito de possibilitar novos olhares no que tange à dinâmica da vida com suas interfaces, bem como possibilitar conhecimento das áreas afim à psicologia com o fito de construir um diálogo enriquecedor resultante dessa relação; contribuir com o aperfeiçoamento profissional por meio de ações orientadas a abranger as várias facetas e perspectivas da psicologia, por meio do atuar junto a outras instituições que possibilitem e incentivem o profissional e o estudante novas possibilidades de crescimento.


Diretoria
Presidente: Cledione J. Freitas
Vice-Presidente: Maria Cristina L. Freitas
1º Secretário: Mariana Bomilcar Faria
2º Secretário: Márcia Resende
1º Tesoureiro: Graziela A. R. Koyanagui
2º Tesoureiro: Ana Paula Cazaroti

 - PROGRAMAÇÃO 2013 –

CAFÉ PSIQUÊ*

FEVEREIRO:
Tema: Extimidade
Palestrante: Cledione J. Freitas
Data: 20/02/2013

ABRIL:
Tema: Falácias da Modernidade
Palestrante: Me. Juliano Kanamota
Data: 17/04/2013

JUNHO:
Tema: A Relação Terapêutica
Palestrante: Me. Priscilla Kanamota
Data: 18/06/2013

OUTUBRO:
Tema: A Neuropsicologia e sua Atuação
Palestrante: Claudia Dantas
Data: 23/10/2013

Local: sede da Associação
Horário: 19:30hs
Valor: associado - gratuito
           não associado –10,00 - estudante
                                         15,00 - profissional

*emissão de certificado




 PSICOLOGIA EM CENA*

FILME: MARY AND MAX: UMA AMIZADE DIFERENTE - Solidão, amizade, preconceito
Data: 03/10/2013
Coordenadora: Mariana Bomilcar Faria
                            Ana Paula Cazaroti         

FILME: C.R.A.Z.Y. - O eu que não reconheço em mim
Data: 20/11/2013
Coordenador: Leandro B. Castro
                         Junior Tomaz de Souza    

Local: anfiteatro da UFMS
Horário: 19:00hs
Valor: associado - gratuito
           não associado – 5,00

*emissão de certificado

GRUPOS DE ESTUDO*

PSICOLOGIA E FILOSOFIA
Data do 1º. Encontro: 31/08/2013
Coordenador: Eronides S. Costa
Local: sede da Associação
Horário: 15:30 às 17:00

PSICOLOGIA CLÍNICA
Data do 1º. Encontro: 31/08/2013
Coordenadoras: Graziela A. R. Koyanagui
Local: sede da Associação
Horário: 17:00 às 19:00

*Valor Mensal: associado – gratuito
                          não associado – 20,00




ESPAÇO DE TROCAS

Este encontro tem por objetivo a divulgação de trabalhos e experiências de colegas psicólogos.
1º. Encontro: Avaliação Psicológica/ Psicologia na Assistência Social/ Psicologia Hospitalar
Data: 24/07/2013
Local: sede da Associação
Horário: 19:30hs
Coordenação: Graziela A. R. Koyanagui
                         Márcia Resende
Valor: gratuito


SEMANA EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO PSICÓLOGO*

AGOSTO:

Café Psiquê
Tema: O Perdão na Relação Familiar
Palestrante: Prof. Rodrigo Bonilha Silva
Data: 22/08/2013
Valor: gratuito

Valorizando a Profissão – Encontro com o Sindicato dos Psicólogos
Data: 23/08/2013
Local: anfiteatro da UFMS
Horário: 19:00hs
Valor: gratuito

Jantar dançante
Data: 24/08/2013
Horário: 20:30hs
Valor: associado – 10,00 /não associado – 25,00
Local: a ser confirmado
*confirmar presença até 09/08/2013



EVENTOS

MARÇO:
Palestra: “A Família hoje”
Palestrante: Maria Cristina L. Freitas
Palestra: “Dificuldades de aprendizagem” Palestrante: Graziela A. R. Koyanagui
                      Mariana Bomilcar Faria
Local: FIPAR
Data: 27/03/13
Valor: gratuito
Público: professores da rede municipal

MAIO:
CICLO DE DEBATES EM PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS * parceira com UEMS
Data: 09 a 11/05/2013
*divulgação da programação em folder próprio

SETEMBRO
II JORNADA REGIONAL DE SAÚDE MENTAL-
Dependência Química*
Data: 11 a 13/09/2013
*divulgação da programação em folder próprio

NOITE CULTURAL/ANIVERSÁRIO DA APRB*

Data: 11/12/2013
Local: sede da Associação
Horário: 20:00hs
Valor: gratuito
*confirmar presença entre 18 e 29/11/2013
*apresentações de psicólogos associados de seus talentos artísticos; inscreva-se, mostre seu talento.

 Sede: Rua José Rodrigues Ferraz,1001                      Centro -  Paranaíba/MS
  e-mail: bolsaopsicologia@hotmail.com


  Telefone: (67) 8114-2034 

sábado, 6 de julho de 2013

TEXTO ESCRITO POR. CLEDIONE JACINTO DE FREITAS

A MÚSICA E A SUBJETIVIDADE NA CONTEMPORANEIDADE

Cledione Jacinto de Freitas[1]

            Em uma pequena cidade do interior brasileiro há uma avenida curta, onde aos finais de semana as pessoas que procuram diversão se encontram próximo a um bar que funciona também somente aos finais de semana produzindo festas open bar, com cantores sertanejos, e tendo como público preferencial estudantes universitários, ao lado em um espaço vago estacionam carros com som ligado havendo grande aglomeração de adolescentes e jovens para ouvir e dançar funk.
            Esse é apenas um exemplo singular dentre tantos vistos e vividos cotidianamente nas cidades brasileiras que passam desapercebidos e, fazem parte da paisagem e da rotina urbana incorporado como parte da cultura local tendo como pano de fundo a música produzindo determinados modos de encontro e de significação de um conjunto de gestos, gostos, linguagem, adornos e não outros, levando a se perguntar porque Funk e Sertanejo e não Bossa Nova, MPB, Rock, Pop, Samba?
            Seguindo ainda essa linha de questionamentos pode-se indagar como o sertanejo, hodiernamente sertanejo universitário, e o funk se tornaram hegemônicos ganhando às ruas, nos carros, nos bares, nos celulares, nas exposições agropecuárias ou festas tradicionais, nas novelas, programas de TV de canais aberto enfim, tornaram elementos referenciais de identificação do Brasil até internacionalmente.
              O funk e o sertanejo ocupam o lugar, ou melhor, tornaram as músicas populares brasileiras por serem os estilos preferidos do povo, da massa ramificando por outras camadas sociais, ganhando hoje a companhia das músicas de cunho religioso (as ditas gospel) crescendo em ritmo acelerado em contraposição aos demais ritmos que ficaram circunscritos a determinados setores, a círculos, segmentos sociais. A MPB que pela própria terminologia era para ser popular se tornou elitizada, dito de outra maneira foi elevada à categoria de elitizada.
             Nesse precedente em qual período e em quais condições essa mudança ocorreu, não só na preferência de estilo, mas de modos de se vestir, de comunicar, se relacionar, de produzir significação de suas experiências e vivências, adotando certos modos de vida em detrimento de outros tantos, nesse interim além de adotar esses modos de vida e qualifica-lo como “o melhor” acabam por desqualificar modos de vida que não se enquadram nesse padrão.
            Em uma perspectiva histórica a música faz parte da constituição das sociedades desde a Antiguidade configurando modos especiais das pessoas relacionarem em diversas situações significativas da vida tais como cerimônias e festivais. À medida que a sociedade se aproxima da modernidade a música também sofre mudanças significativas, tanto no número de acordes, instrumentos, utilidade e público principalmente como um modo de reunião da Corte como também com os cancioneiros que percorriam vários reinos para divertir a nobreza.
            Com a modernidade assistiu também a constituição das óperas como espaço de produção musical para a nobreza e para a burguesia ascendente, uma música condizente com os modos de vida modernos de privilegiados, mesmo a ópera sendo hegemônica não se pode desconsiderar a música produzida pela massa, pelos proletários, como um modo de sociabilidade e de afirmação de suas práticas sociais e culturais.
            A música até o século XX por mais que possuíssem suas peculiaridades não conseguia uma difusão e propagação devido à falta de mecanismos para compartimentaliza-la e reproduzi-la indefinidamente, tendo que ser sempre reproduzida, treinada, ensaiada para cada ocasião, a música era sempre nova por mais que fosse a mesma e não era ainda disponível para todos. Com o advento das novas tecnologias, inicialmente com o disco de vinil, depois com as fitas K7, em seguida com o CD, DVD e com as mídias digitais a música tornou objeto de massificação, podendo agora ser produzida em série e reproduzida em vários locais ao mesmo tempo.
            A massificação da música coincidiu com a emergência do que Debord (1997) denominou de Sociedade do Espetáculo em que as relações são mediadas por imagens, em que o imagético está na ordem do dia, e a construção da imagem e aparecimento de cantores em espaços de espetáculo concomitante com o uso da tecnologia para modulação da voz são estratégias para a apresentação das músicas que serão os hits do ano visando o consumo, as músicas já não buscam mais um fim além de ser consumida e “O consumidor real torna-se consumidor de ilusões. A mercadoria é essa ilusão efetivamente real, e o espetáculo é sua manifestação geral.” (DEBORD, 1997, p.33)
            A música também nas últimas décadas expressa os preceitos pós-modernos ou conforme Bauman (2001) a modernidade líquida em que o efêmero, o plástico, o provisório e a liquidez das relações e das coisas são buscadas como objetivos, nesse tocante a banda Titãs (2001) em sua música “A melhor banda de todos os tempos da última semanacorrobora com essas mudanças ao criticar a produção musical na atualidade ao problematizar a produção capitalística de músicas e cantores ao pontuar que “A melhor banda de todos os tempos da última semana, o melhor disco brasileiro de música americana, o melhor disco do últimos anos de sucessos do passado, o maior disco de todos os tempos entre os dez maiores fracassos”, assim como as mercadorias não são feitas para durar as músicas também são feitas para consumo rápido.
            Essas mudanças ocorridas produzem modos de vida diversos dos períodos anteriores na relação com a música e seus conteúdos, mudanças essas que atuam na produção de subjetividade entendida como “[...] o conjunto das condições que torna possível que instâncias individuais e/ou coletivas estejam em posição de emergir como território existencial auto-referencial, em adjacência ou em relação de delimitação com uma alteridade ela mesma subjetiva.” (GUATTARI 2006, p.19)
            As subjetividades atuais conforme Guattari (2006) são subjetividades capitalísticas pautadas nos modos capitalísticos de produção e, a música não foge a essa regra haja vista o aumento significativo do consumo de tudo que é relacionado à música desde camisetas, CDs, DVDs, shows até entrevistas e brindes, bem como a presença da música na maioria dos comerciais e a produção sistemática de tietes e fãs clubes.
            A música produziu e ainda produz modos de vida, ou melhor, “estilos” de vida variando conforme o ritmo musical como se pode verificar no Woodstock e seu lema sexo, droga e rock and roll e seu consequente modo hippie de se viver, do movimento punk, do sertanejo e suas vestimentas características recordadas todos os anos nas festas juninas na figura do caipira e da utilização da bota, chapéu, calça apertada e fivela, do funk com a vestimenta feminina de roupas curtas, as danças sensuais dentre tantos modos de vida intimamente relacionados com os estilos musicais adotados/seguidos como significativos.
            Essa adoção de determinado estilo musical como o melhor e o único leva a rejeição de outros estilos e ritmos musicais, assim também, outros modos de vida como exemplo os defensores do modo de vida “bruto, rustico e sistemático” calcados no estilo/ritmo sertanejo que não concebem como legítimos os modos de vida “boy” que seguem os estilos musicais como o rock, ou dos intelectuais que são adeptos da MPB, não aceitam como legítimo os modos de vida cowboy e funkeiro.
            A música atua como um forte produtor de modos de subjetivação na contemporaneidade e produz uma subjetividade fortemente calcada nos modos capitalísticos de produção baseados no espetáculo, no excesso como se observa na música da banda gaúcha Cidadão Quem “Pra que tanta inteligência, pra que tanta emoção, qualquer coisa em excesso faz sucesso meu irmão, tanta gente com certeza, quanta gente sem noção, em excesso até o fracasso faz sucesso por aí [...]” (LEINDECKER e GESSINGER, 2007).
            Nesse interim resta-nos perguntar quais modos de subjetivação estão sendo produzidos hoje e quais ressonâncias ocorrem nos modos de pensar, agir enfim nos modos de vida tanto individual quanto social, quais são hegemônicos, quais produzem resistências e modos de fuga e o mais importante quais músicas, estilos ou ritmos buscamos como modos singularizantes e que possibilitem uma subjetividade diversa da capitalística, espetacular, consumista e excessiva.



[1] Psicólogo mestrando em Psicologia pela UNESP/Assis, bolsista FAPESP.

terça-feira, 25 de junho de 2013

PROGRAMAÇÃO APRB/MS 2013


ASSOCIAÇÃO DOS PSICÓLOGOS
         REGIÃO DO BOLSÃO

Os objetivos propostos pela APRB/MS consistem em congregar os profissionais, mesmo aqueles que não atuam, modificando o foco de uma prática profissional individualizante para um fazer de classe; fortalecer os laços entre os profissionais da psicologia atuando como um ponto de apoio e espaço de construção de modos de fazer que busquem a cooperação; estabelecer diálogo com outras áreas do conhecimento com o intuito de possibilitar novos olhares no que tange à dinâmica da vida com suas interfaces, bem como possibilitar conhecimento das áreas afim à psicologia com o fito de construir um diálogo enriquecedor resultante dessa relação; contribuir com o aperfeiçoamento profissional por meio de ações orientadas a abranger as várias facetas e perspectivas da psicologia, por
outras áreas do conhecimento com o intuito de possibilitar novos olhares no que tange à dinâmica da vida com suas interfaces, bem como possibilitar conhecimento das áreas afim à psicologia com o fito de construir um diálogo enriquecedor resultante dessa relação; contribuir com o aperfeiçoamento profissional por meio de ações orientadas a abranger as várias facetas e perspectivas da psicologia, por meio do atuar junto a outras instituições que possibilitem e incentivem o profissional e o estudante novas possibilidades de crescimento.


Diretoria
Presidente: Cledione J. Freitas
Vice-Presidente: Maria Cristina L. Freitas
1º Secretário: Mariana Bomilcar de Faria
2º Secretário: Márcia Rezende
1º Tesoureiro: Graziela R. Koyanagui
2º Tesoureiro: Ana Paula Cazaroti

 - PROGRAMAÇÃO 2013 –

CAFÉ PSIQUÊ*

FEVEREIRO:
Tema: Extimidade
Palestrante: Cledione J. Freitas
Data: 20/02/2013

ABRIL:
Tema: Falácias da Modernidade
Palestrante: Me. Juliano Kanamota
Data: 17/04/2013

JUNHO:
Tema: A Relação Terapêutica
Palestrante: Me. Priscilla Kanamota
Data: 18/06/2013

OUTUBRO:
Tema: A Neuropsicologia
Palestrante: Claudia Dantas
Á Confirmar
Data: 23/10/2013

Local: sede da Associação
Horário: 19:30hs
Valor: associado - gratuito
           não associado –10,00 - estudante
                                         15,00 - profissional

*emissão de certificado para quem tiver interesse




 PSICOLOGIA EM CENA*

FILME: MARY AND MAX: UMA AMIZADE DIFERENTE - Solidão, amizade, preconceito
Data: 03/10/2013
Coordenadora: Mariana Bolmicar
                            Ana Paula Cazaroti         

FILME: C.R.A.Z.Y. - O eu que não reconheço em mim
Data: 20/11/2013
Coordenador: Leandro B. Castro
                         Junior Tomaz de Souza    

Local: anfiteatro da UFMS
Horário: 19:00hs
Valor: associado - gratuito
           não associado – 5,00

*emissão de certificado para quem tiver interesse

GRUPOS DE ESTUDO*

PSICOLOGIA E FILOSOFIA
Data do 1º. Encontro: 31/08/2013
Coordenador: Eronides Costa
Local: sede da Associação
Horário: 15:30 às 17:00

PSICOLOGIA CLÍNICA
Data do 1º. Encontro: 31/08/2013
Coordenadoras: Graziela Romeiro
Local: sede da Associação
Horário: 17:00 às 19:00

*Valor Mensal: associado – gratuito
                          não associado – 20,00




ESPAÇO DE TROCAS

Este encontro tem por objetivo a divulgação de trabalhos e experiências de colegas psicólogos.
1º. Encontro: Avaliação Psicológica/ Psicologia na Assistência Social/ Psicologia Hospitalar
Data: 24/07/2013
Local: sede da Associação
Horário: 19:30hs
Coordenação: Graziela R. Koyanagui
                         Márcia Rezende
Valor: gratuito


SEMANA EM COMEMORAÇÃO AO DIA DO PSICÓLOGO*

AGOSTO:

Café Psiquê
Tema: O Perdão na Relação Familiar
Palestrante: Prof. Rodrigo Bonilha Silva
Data: 22/08/2013
Valor: gratuito

Valorizando a Profissão – Encontro com o Sindicato dos Psicólogos
Data: 23/08/2013
Local: anfiteatro da UFMS
Horário: 19:00hs
Valor: gratuito

Jantar dançante
Data: 24/08/2013
Horário: 20:30hs
Valor: associado – 10,00 /não associado – 25,00
Local: a ser confirmado
*confirmar presença até 09/08/2013



EVENTOS

MARÇO:
Palestra: “A Família hoje”
Palestrante: Maria Cristina L. Freitas
Palestra: “Dificuldades de aprendizagem” Palestrante: Graziela R. Koyanagui
                      Mariana Bomilcar de Faria
Local: FIPAR
Data: 27/03/13
Valor: gratuito
Público: professores da rede municipal

MAIO:
CICLO DE DEBATES EM PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS * parceira com UEMS
Data: 09 a 11/05/2013
*divulgação da programação em folder próprio

SETEMBRO
II JORNADA REGIONAL DE SAÚDE MENTAL-
Dependência Química*
Data: 11 a 13/09/2013
*divulgação da programação em folder próprio

NOITE CULTURAL/ANIVERSÁRIO DA APRB*

Data: 11/12/2013
Local: sede da Associação
Horário: 20:00hs
Valor: gratuito
*confirmar presença entre 18 e 29/11/2013
*apresentações de psicólogos associados de seus talentos artísticos; inscreva-se, mostre seu talento.












  Sede: Rua José Rodrigues Ferraz,1001                      
  e-mail: bolsaopsicologia@hotmail.com
   Centro -  Paranaíba/MS
  Telefone: (067) 81162846 (Mariana)